O governo federal ainda duvida que a greve geral, marcada para esta sexta-feira (14/06/2019), será um grande ato que atrairá milhões de trabalhadores para as ruas do Brasil. O Palácio do Planalto acredita, na verdade, que o evento será fraco e a orientação é para que, nas redes sociais, simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro (PSL) combatam qualquer tentativa de enaltecer as manifestações por militantes da oposição.
“Você pode perceber que a primeira manifestação contra o corte nas universidades foi grande, mas não foi gigante. O segundo protesto já foi pífio. Na sexta será menor ainda. Não estamos preocupados com isso. Será um fiasco”, disse um líder do PSL no Congresso à reportagem.
“Nós vamos aprovar a reforma eles querendo ou não. É a vontade não só do governo como do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e das ruas”, afirmou um deputado do Democratas. Um outro senador do Cidadania acredita que apenas “petistas e socialistas” estão empenhados. “Gente de bem estará trabalhando e não vai perder tempo com esse fiasco”, completou o senador.
No Palácio do Planalto, o próprio presidente vem desdenhando da manifestação. Assessores de Bolsonaro disseram que o militar reformado acredita que é preciso ficar atento aos atos, mas sem dar mais importância do que eles de fato merecem. Opinião parecida é compartilhada pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Cautela militar
Apenas os militares do governo preferem a cautela ao invés da comemoração antecipada. Ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, que tem como missão prevenir ocorrências e articular o gerenciamento de crises, pediu que seus subordinados fiquem de olho e prontos para agir em caso de uma grande manifestação.
O ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, tenta não alarmar os demais ministros e governistas, mas também acha cedo qualquer comemoração.
Na tarde desta quarta-feira (12/06/2019), um tuitaço em apoio à greve geral fez a #SextaTemGreve ascender à lista dos assuntos mais publicados do Twitter brasileiro.
Adesões
A hashtag tem sido impulsionada por parlamentares de oposição, especialmente dos partidos PT, PDT e PSol, além dos perfis da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da União Nacional dos Estudantes (UNE). Em São Paulo, sindicatos de ferroviários, metroviários e motoristas de ônibus já confirmaram que vão aderir à paralisação.
No DF, se as previsões de sindicatos, confederações e federações se confirmarem, serviços públicos essenciais vão parar. Diversas categorias do e servidores federais decidiram aderir ao movimento. Duas áreas sensíveis serão afetadas: a educação e o transporte público.
Fonte: Metropoles.com