Sindifícios protesta na região do Itaim Bibi contra Vizinhança Solidária

  Sexta-feira às 10:18 em 19 de Julho de 2013     0

 

São Paulo (SP): Sindifícios protesta na região do Itaim Bibi contra Vizinhança Solidária
Durante todo o dia de ontem (quinta-feira, 18/07/13), diretores do Sindifícios e funcionários da entidade percorreram ruas o Itaim alertando funcionários e moradores a respeito do projeto `Vizinhança Solidária ` que está presente em muitos prédios do bairro.


O Projeto Vizinhança Solidária vem sendo ampliado e discutido em todo o país e reúne Moradores, Síndicos, Empresas prestadoras de Serviços e Equipamentos, Polícia Militar, mas deixa de fora o Trabalhador em Edifício, protagonista da história.

Os perigos:
1 - de um lado, os porteiros se vêem obrigados a aderir ao Projeto para não serem demitidos;
2 – de outro, os assaltantes sabem quais são os prédios que participam do Projeto (pois eles se identificam com placas na portaria) e, assim, quais os porteiros que possuem rádios para denunciar a ação marginal, fazendo com que a categoria seja alvo antes e depois dos assaltos.

ERROS E MAIS ERROS:
PRÉDIO PARTICIPANTE DO VIZINHANÇA SOLIDÁRIA TERCEIRIZA PORTARIA

Recentemente, um edifício no Itaim Bibi participante do Vizinhança Solidária teve o porteiro rendido, foi invadido e sofreu um arrastão. Três dias depois o porteiro, que era terceirizado, foi preso pela polícia como principal envolvido. O caso ocorreu em 28 de maio e foi notícia na imprensa.
“Quanta exposição em um só lugar; e o pior é que esses moradores cometem tantos erros alegando ser pela segurança. Impossível!”, afirma, inconformado, o presidente do Sindifícios, Paulo Ferrari.

De acordo com fontes sigilosas, alguns moradores revelam que “...os porteiros do edifício X (edifício assaltado) são terceirizados e não passaram pelo treinamento oferecido pela PM”. E também: “Se alguém tiver alguma informação seria bastante interessante partilhar, pois ao que parece nossa Vizinhança Solidária não funcionou a tempo”. Isso mostra que sabem que estão expostos, com funcionários sem treinamento e terceirizados, bem como duvidam do Projeto, deixando claro que ele não funcionou.

QUEM CUIDA DO TRABALHADOR?
Em meio a tantas questões, quem ampara o trabalhador de edifício? Os bandidos sabem quem são os que ficam com rádios em mãos para “dedurá-los”, andando por aí expostos, podendo ser perseguidos.
Muitos zeladores dessa região estão, aos poucos, procurando o Sindifícios temendo por suas vidas e de suas famílias, em especial os que moram nos prédios.
O Sindicato tenta ampará-los com receio até mesmo que venham precisar de apoio psicológico. Mesmo assim, chama todos esses trabalhadores para procurarem o Sindifícios a qualquer momento, seja para conversar ou para pedir ajuda. Com certeza iremos defendê-los em qualquer situação!

DETALHES DO PROJETO 
Você sabe o que é esse Projeto?
Alguns edifícios se reúnem, compram ou alugam um computador com uma central e radiocomunicadores para que os participantes do Projeto estejam em contato e vigiem as ruas e calçadas onde estão localizados esses edifícios, denunciando qualquer atitude suspeita.

Quem manuseia esses equipamentos?
Os trabalhadores em edifícios, porteiros e, em alguns casos, zeladores. Contudo, de acordo com a Convenção Coletiva da Categoria, NÃO É FUNÇÃO dos funcionários de edifícios lidar com esses equipamentos.

Treinamento
Alguns edifícios fazem palestras e orientam os trabalhadores a utilizar-se desses rádios e a aprender sobre o Projeto. Os moradores dizem que o maior benefício do trabalhador é estar num lugar mais seguro. De acordo com o presidente do Sindifícios, Paulo Ferrari: “Exposição e voluntariado não sustentam nenhum pai de família”!

O Trabalhador
O trabalhador da categoria está cada vez mais acuado e intimidado a fazer parte do sistema. Os moradores sabem disso e afastam o Sindifícios dos debates que poderiam promover, em conjunto, um sistema eficiente.

Onde está o voluntário?
Nos próprios documentos do Projeto, está escrito: “Este é um trabalho voluntário”. E, em outro trecho: “Este é um trabalho que exige muito dos nossos funcionários e também uma grande colaboração dos condôminos”.
Primeira reflexão: Se “exige muito dos funcionários” deixa de ser voluntário, passa a ser obrigatório, então deve ser remunerado.
Segunda reflexão: Se o Projeto pede “uma grande colaboração dos condôminos”, a pergunta é: em que eles colaboram? Onde está o trabalho dos vizinhos ou a solidariedade entre eles, pois o único que está trabalhando, não só para o edifício que o contratou, é o porteiro. Vizinhança solidária será quando os moradores, preocupados com a segurança, vão se apresentar voluntariamente na portaria para colaborar com a segurança da vizinhança; se não for assim, continuaremos vendo apenas a exploração coletiva de trabalhadores.
“Talvez seja este o momento dos moradores apoiarem o pagamento do percentual referente a periculosidade dada a importância da função dos porteiros bem como o acúmulo de função”, garante o presidente do Sindifícios, Paulo Ferrari.

O Sindicato
Como sempre noticiamos, o Sindifícios não é contra ajudar, pedir socorro, ligar para a polícia ou bombeiros, mas é contra a obrigatoriedade dessa função como se fizesse parte do contrato de trabalho.
Os moradores ainda menosprezam o serviço da categoria dizendo que: “Como pode ter custo apenas falar pelo rádio”? Falar pelo rádio é a profissão de muita gente e o uso da voz garante o sustento de muita gente. Será que um operador de telemarketing, por exemplo, só “fala pelo telefone”? Ele vive disso, é seu ganha pão. E o professor, na sala de aula, ele “Só fala com os alunos”? Não, ele usa sua voz como profissão e, com ela, forma cidadãos. Por que, no caso de um porteiro, sua “fala” não tem custo?

O Mercado se Aquece
Muitos lugares já começam até a falar em lucro de alguns síndicos, que locam ou compram equipamentos para esse sistema, que envolve computadores, radiocomunicadores, placas para identificar os prédios participantes do projeto. É indústria se aquecendo.


CUIDADO: NÃO QUEREM PAGAR OS SEUS 20% DE ACÚMULO DE FUNÇÃO

De acordo com a Convenção Coletiva da Categoria (Cláusula 17ª), o empregado que exercer habitualmente outras funções, desde que devidamente autorizado pelo patrão, deverá receber no mínimo 20% a mais do seu salário.

Se o porteiro é obrigado a comunicar outros prédios sobre movimentações suspeitas na rua, ele também deverá receber os 20%, pois ele passa a exercer cumulativa e habitualmente uma atividade alheia ao seu contrato de trabalho. Nada mais justo que receber uma compensação pela maior responsabilidade imposta.

Alguns moradores deixam clara a preocupação sobre o tema: “Melhor nos mexermos rápido, nos informarmos com algum advogado, pois o Sindifícios é do trabalhador e sempre vai dizer que temos que pagar”. Correto, morador! Sempre que a Lei estiver do lado do trabalhador, não tente burlar, porque você vai ter que pagar!
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Atenciosamente,

Paulo Roberto Ferrari.
Presidente
Fenatecbr/ Sindifícios-Sp


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