O ministro da Previdência, Carlos Gabas, disse que existe possibilidade de um acordo entre o governo e as centrais sindicais em torno da Medida Provisória (664), que altera as regras das pensões por morte. A proposta enviada ao Congresso fixa prazo de carência de dois anos de contribuição ao INSS para que o viúvo ou a viúva tenha direito ao benefício.
Gabas destacou que a alteração consta de emendas dos parlamentares, em análise pelo técnicos envolvidos com as negociações. Quanto à MP 665, que restringe o acesso ao seguro-desemprego e abono salarial (PIS), o ministro avalia que falta entendimento das regras por parte dos sindicalistas para costurar um consenso.
— Acho que temos maior possibilidade de avançar nas pensões — disse o ministro, depois de participar de mais uma reunião (a terceira) entre sindicalistas e outras autoridades do governo para discutir o assunto.
O ministro informou que o governo não começou a negociar com as centrais, dando a entender que esse processo só se dará no Congresso Nacional, assim que for constituída a comissão mista para analisar o assunto. O objetivo dos encontros, segundo ele, é fechar ou não alguns pontos de consenso e encaminhar a questão aos parlamentares.
Os dirigentes das centrais deixaram o encontro, defendendo a revogação das medidas, sobretudo a que afeta o seguro-desemprego e alegaram que a proposta não seria aprovada pelos parlamentares nesta quarta-feira. Eles reafirmaram que darão início a uma agenda de mobilizações, na tentativa de derrubar as MPs.
Durante o encontro, as centrais apresentaram ao governo propostas alternativas para evitar mexer nas regras do seguro-desemprego, como a cobrança de uma contribuição adicional para empregadores com alta taxa de rotatividade e o pagamento do seguro-desemprego nos casos em o trabalhador for demitido com até seis meses no emprego. O governo se comprometeu a avaliar as sugestões e apresentar o resultado em uma nova reunião com as centrais na próxima semana.