Marcos Verlaine*
A reunião foi solicitada em novembro passado, mas só agora foi possível realizá-la. Trata-se de encontro dos representantes das centrais sindicais com o presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Na pauta, redução da jornada de trabalho, fator previdenciário, terceirização (PL 4.330), Convenção 151 OIT - negociação e greve no setor público, correção da tabela do Imposto de Renda, PEC do trabalho escravo, regulamentação do emprego doméstico, desoneração da folha de pagamento e financiamento das entidades sindicais. A reunião vai ser nesta terça-feira (18), às 15h30.
Neste ano estratégico, o movimento sindical precisa construir uma pauta viável para apresentar ao governo e ao Congresso, a fim de tirar proveito concreto e objetivo da agenda eleitoral.
É preciso articular com as lideranças da bancada sindical no Legislativo – Câmara e Senado – e desdobrar propostas capazes de galvanizar uma agenda mínima que reforce a pauta trabalhista. A marcha de abril próximo deve ter essa demanda em mente.
A propósito, a bancada sindical no Congresso precisa ser reforçada, apoiada e ampliada para garantir que as demandas dos trabalhadores sejam ouvidas. Este tema será objeto de artigo na próxima semana.
Neste momento, a política pública mais importante do mundo do trabalho é a manutenção da atual política vitoriosa dos reajustes do salário mínimo. Essa política está ameaçada.
Vira e mexe a mídia, em particular alguns grandes jornais batem nessa tecla. Nunca diretamente – pois não têm coragem para elegê-la como inimiga – mas sub-repticiamente, formulando “alternativas” à atual política de valorização do piso nacional.
Obviamente, que essas “alternativas” não contemplam nem de longe a política proposta pelo movimento sindical abraçada pelo governo Lula e mantida pela presidente Dilma.
Comprometer o Congresso com esta política deve ser parte integrante dessa articulação.
E mais: é preciso conversar com todos os presidenciáveis em disputa, a fim de colocar-lhe essa agenda e firmar compromissos para sua manutenção, independente das condicionantes econômicas internas e externas, pois foi o salário mínimo que permitiu e tem permitido que o mercado interno continue aquecido de Norte a Sul do País.
Com a palavra, o movimento sindical.
(*) Jornalista, analista político e assessor parlamentar do Diap e da Conatec