O ministro do Trabalho, Brizola Neto, disse na última sexta-feira que avanços em questões trabalhistas, como a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, podem ser uma realidade quando o país apresentar crescimento econômico mais robusto.
Mas o momento é de retração, considera. “A redução da jornada de trabalho está na pauta dos sindicatos faz tempo e tem que fazer parte das negociações pelo avanço dos direitos trabalhistas. É importante que esses avanços venham em momentos de crescimento econômico. Em momentos de retração você discute como aumentar a produtividade. Mas garantimos que não haverá perda de direitos dos trabalhadores.”
Brizola Neto comentou ainda que a conta do seguro-desemprego no Brasil é muito alta devido à rotatividade dos trabalhadores e reiterou que o ministério estuda mudança para a regulamentação desse direito. “O que preocupa é que a alta rotatividade, em um momento de pleno emprego, tem aumentado a conta do seguro-desemprego no país”, disse.
O ministro se reuniu na manhã de sexta-feira com dirigentes da Força Sindical e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), e com Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). À tarde, ele ainda se encontrou com dirigentes da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Há dois meses na pasta, Brizola Neto atende à demanda das centrais, que reclamaram da falta de atenção do Ministério do Trabalho no período em que a pasta ficou sem titular, desde a saída de Carlos Lupi, em dezembro. “É importante essa retomada de conversas com as centrais e com o setor patronal. Além de garantir a geração de mais empregos e ocupações melhores, o MTE tem papel de mediador nas relações entre capital e trabalho e voltamos a atuar nesse campo após um período de afastamento. Nós nos encarregamos desse diálogo social”, disse Brizola Neto.
Fonte: Valor Econômico (29/06/2012).